Eu queria estar mais bêbada. Queria que você estivesse mais sóbrio. Assim seria fácil aceitar sua proposta. Culparia o álcool pelas minhas ações impensadas, nossas ações. Mas há muito sentidas.

Se eu tivesse meia hora a mais, teria ponderado. Teria também decido o que decidi assim que cheguei em casa, assim que te deixei. Só que o relógio não para e nosso tempo se foi rápido.

Por outro lado, logo bateu a ressaca. Não a da bebida, a moral. Não é o que eu faço, não é o que deveria fazer. Mas quem se importa ou deveria se importar com que eu estou fazendo? A resposta: eu.

Talvez seja para isso que nos destinamos. Apenas uma noite, uma bela noite. Sentia que dava para buscar as estrelas no céu, era só esticar um pouco mais o braço. Mas adivinha? Eu não arrisquei. 

Então ficamos assim, intocáveis no meu sonho distante. Uma história para lembrar, no silêncio dos meus pensamentos, quando o vento bate no meu rosto e eu lembro do sorriso no seu.

Ficamos assim, ou nem ficamos. Só uma noite e suas doses erradas.